Santa Teresa Benedita da Cruz

“Só se adquire a ciência da cruz, carregando-a nos ombros”.
(Santa Teresa Benedita da Cruz)

Aproximar-se da pessoa de Edith Stein, Teresa Benedita da Cruz, significa encontrar uma apaixonada buscadora da Verdade, traço que a definiu ao longo de sua vida. Pesquisadora da verdade, de inteligência brilhante, doutorou-se em Filosofia e tornou-se assistente do famoso filósofo Edmund Husserl, fundador da fenomenologia.

Edith Stein nasceu em Breslau, Alemanha, no dia 12 de outubro de 1891, de uma família hebreia. Foi educada no judaísmo, mas abandonou a religião de seus pais na adolescência e viveu um período de ateísmo.

Porém, seu encontro com a Verdade deu-se após a leitura da autobiografia de Santa Teresa de Ávila. Ao terminar a leitura do livro disse para si mesma: “Aqui está a verdade”.

Foi batizada na Igreja Católica no dia 1º de janeiro de 1922 e ingressou para o Carmelo de Colônia em 15 de outubro de 1933.

No dia 2 de agosto de 1942 foi presa pelos nazistas no Carmelo de Echt, na Holanda, onde tinha se refugiado e, aos 9 de agosto de 1942, morreu na câmara de gás do campo de concentração de Auschwitz.

Foi beatificada (1987), canonizada (1998), nomeada co-padroeira da Europa (1999) que soube combinar dentro de si a busca da Verdade com o abandono confiante em Deus.

Santa Elisabeth da Trindade

“Encontrei o meu céu na terra, nesta querida solidão do Carmelo onde estou a sós com meu único Deus. Tudo faço com ele e realizo todas as coisas com alegria divina”.
(Santa Elisabeth da Trindade)

Isabel Catez nasceu em 18 de julho de 1880 perto de Bourges (França). Três anos depois nasceu sua irmã Marguarita (Guita). Em 1887, o avô e o pai morreram e as duas meninas ficaram aos cuidados da mãe, uma mulher muito enérgica e íntegra.

A pequena Isabel também tem um caráter muito marcado, suas birras infantis eram assustadoras. Mas também desde muito cedo tenta superar o seu temperamento. Quando seu pai morreu, eles se mudaram para as Carmelitas Descalças de Dijon. O som dos sinos do convento e o jardim das freiras serão um grande atrativo para Isabel.

O dia da primeira comunhão, 19 de abril de 1891, é fundamental para ela: ela sente que Jesus a preencheu. Naquela tarde visita o Carmelo pela primeira vez e a prioresa explica-lhe o significado do seu nome hebraico. Isabel é “casa de Deus”. Isso impacta profundamente a menina, que entende a profundidade daquelas palavras. Desde então, ela pretende ser morada de Deus em sua vida, com mais oração, controlando seu temperamento, esquecendo-se de si mesma.

Apesar da sua inteligência viva, a jovem Isabel recebe uma educação geral pobre, mas é muito talentosa na música e ganha o primeiro prêmio em piano aos 13 anos. Tem uma alma sensível à música e à natureza, belezas que o remetem sempre a Deus, onde vê refletida a harmonia do Criador.

Isabel quer ser carmelita, mas sua mãe proíbe até ela completar 21 anos. Lendo Santa Teresa, você sente uma grande harmonia. Entenda que contemplar é deixar-se agir por Deus, que a mortificação deve ser interna e que a amizade é uma atitude de colocar os seus interesses antes dos do outro. A leitura da História de uma Alma também a ajudou muito, onde a jovem Teresa de Lisieux, recentemente falecida, a encorajou no caminho da confiança em Deus.

No dia 2 de agosto de 1901, a postulante entrou no Carmelo de Dijon com o nome de Isabel da Trindade. Madre Germana será sua prioresa, professora e, por fim, admiradora e discípula. Isabel vive uma vida completamente normal, uma vida de fé, sem revelações nem êxtases, porém, a fidelidade e dedicação da jovem chamam imediatamente a atenção de toda a comunidade. Ela, por sua vez, mergulha na leitura e aprofundamento das Escrituras (principalmente de São Paulo) e de São João da Cruz. Com ele encontra o seu próprio caminho interior e amadurece na fé.

Lendo São Paulo, descubra um intenso chamado para ser Louvor de Glória de Deus Trino em todos os momentos do dia, vivendo em constante ação de graças. Ficou tão identificado que no final da vida assinou algumas cartas com esse nome: “Laudem Gloriae”.

Na Quaresma de 1905, Isabel adoeceu e depois de uma doença dolorosa e longa, faleceu em 9 de novembro de 1906. Suas últimas palavras foram: “Vou para a Luz, para o Amor, para a Vida”.

Sua vida e seus escritos tiveram uma difusão surpreendente. São eles: os seus Diários, as Cartas, os seus Poemas (reflexo da sua alma, mas de pouca qualidade literária), algumas Orações entre as quais é famosa a sua elevação à Santíssima Trindade, e os seguintes escritos: O Céu na fé, que encoraja a sua irmã Guita, casada e mãe, para viver o paraíso na terra, adorando a Deus com fé e amor; grandeza da nossa vocação, últimos exercícios e deixar-se amar (dedicado à sua prioresa).

“Encontrei o meu céu na terra, nesta querida solidão do Carmelo onde estou a sós com meu único Deus. Tudo faço com eleve realizo todas as coisas com alegria divina”.
(Santa Elisabeth da Trindade)

São José

“Certo dia, depois da comunhão, o Senhor me ordenou expressamente que me dedicasse a esse empreendimento (à fundação do primeiro Mosteiro da Reforma) com todas as minhas forças, prometendo-me que o Mosteiro não deixaria de ser feito e dizendo que ali seria muito bem servido.
Disse-me que devia ser dedicado a São José”.
(Santa Teresa de Jesus)

A devoção a São José no Carmelo Teresiano vai essencialmente unida a Santa Teresa. É um dos legados mais ricos e característicos que a Santa deixou a seus filhos. E o faz por força desta experiência e como fruto maduro da mesma. Uma herança valiosíssima. Não se compreende o Carmelo Teresiano sem São José.

Santa Teresa de Jesus é, sem dúvida, uma das primeiras mulheres da história que entrou, graças a Virgem Maria, no mistério de São José, o qual a salvou da morte, como fez com o Menino Jesus. (Ela lhe atribuiu sua cura na grave enfermidade que passou na casa de seu pai, pouco depois de entrar no Carmelo).

Foi o Senhor – segundo conta no livro de sua Vida – quem lhe pediu, após receber a santa Comunhão, que trabalhasse com todas as suas forças na Fundação do primeiro Mosteiro dedicado a São José. Ele protegeria em uma das portas, Nossa Senhora a outra e Jesus andaria no meio das Monjas. O Mosteiro seria uma estrela de grande esplendor.

Assim, vemos a presença deste Santo já nas origens fundacionais da Reforma Teresiana. Santa Teresa escolheu a este “pai e senhor” como protetor especial da Ordem Carmelita Descalça e não só o fará titular e patrono de quase todas as Fundações, mas lhe outorgará o título de “Fundador” desta nova Família religiosa e lhe dedica a primeira igreja, até então inexistente. (Vida, 36,6).

“… Eu queria persuadir a todos a serem devotos desse glorioso Santo, pela minha grande experiência de quantos bens ele alcança de Deus. Não conheço nenhuma pessoa que realmente lhe seja devota e a ele se dedique particularmente, que não progrida na virtude; porque ele ajuda muito as almas que a ele se encomendam. Há alguns anos, sempre lhe peço, em seu dia, alguma coisa, nunca deixando de ser atendida. Se a petição vai algo torcida, ele a endireita para maior bem meu.
Se eu fosse pessoa cujos escritos tivessem autoridade, de bom grado descreveria longamente as graças que esse glorioso Santo tem feito a mim e a outras pessoas; mas, para não fazer mais do que me mandaram, em muitas coisas serei mais breve do que gostaria e, em outras, me alargarei mais do que devo, como quem em tudo o que é bom tem pouca discrição. Só peço pelo amor de Deus, que quem não me crê o experimente, vendo por experiência o grande bem que é encomendar-se a esse glorioso patriarca e ter-lhe devoção. As pessoas de oração, em especial, deveriam ser-lhe afeiçoadas; não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo em que tanta angústia passou com o Menino Jesus, sem se dar graças a São José pela ajuda que lhes prestou. Quem não encontrar mestre que ensine a rezar tome por mestre esse glorioso Santo, e não errará no caminho. Queira o Senhor que eu não tenha cometido erro por me atrever a falar dele; pois, embora apregoando que lhe sou devota, em servi-lo e imitá-lo sempre falhei.” (Vida, 6,5-9).

“Seguindo seu exemplo e doutrina, o Carmelo Teresiano venera com afeto a São José, esposo da Virgem Maria e mestre de oração” (Constituições, 59).

Santa Teresinha do Menino Jesus

“Ó Jesus, meu Amor! Encontrei, enfim, minha vocação… Minha vocação é o Amor!” (Santa Teresinha)

Maria Francisca Teresa Martin Guérin nasceu em Alençon (França) em 2 de janeiro de 1873. Seus pais foram os Santos Luis Martin e Zélia Guerin. Foi a última dos nove filhos deste santo casal, dos quais sobreviveram cinco filhas: Maria, Paulina, Leônia, Celina e Teresa, sendo que, com exceção de Leônia que se tornou visitandina, todas as outras foram carmelitas no Carmelo de Lisieux.

Aos três anos, a pequena Teresa já está decidida a não recusar nada ao Bom Deus. Cercada pelo carinho dos pais e das irmãs, recebe uma formação exigente e cheia de piedade.

Na festa de Pentecoste de 1883, ela é milagrosamente curada de uma enfermidade através de um sorriso que lhe oferece a Virgem Maria. Educada pelas monjas Beneditinas até outubro de 1885, completa seus estudos em casa sob orientação de Madame Papineau.

Fez sua primeira comunhão em 08 de maio de 1884, depois de uma intensa preparação. Esse grande dia marca a “fusão” de Teresinha com Jesus.

No Natal de 1886 vive uma profunda experiência espiritual, uma virada decisiva em sua vida, que ela chama a “graça da conversão”: aos 13 anos, a menina tímida e hipersensível, conforme seu próprio testemunho, abandona os cueros da infância. Supera a fragilidade emotiva consequente da perda da mãe e inicia uma corrida de gigante no caminho da perfeição.

No dia 09 de junho de 1895, após muitas dificuldades, consegue realizar o seu sonho e é aceita na clausura do Carmelo. Recebe o hábito da Ordem da Virgem no dia 10 de janeiro do ano seguinte. Emite seus votos religiosos no dia 08 de setembro de 1890, festa da Natividade da Virgem Maria. Inicia no Carmelo o caminho da perfeição traçado pela Madre Fundadora Santa Teresa de Jesus, cumprindo com fervor e fidelidade os ofícios que lhe são confiados. Em 1895, por obediência, começa a escrever suas memórias que serão publicadas após sua morte, com o título de História de uma alma.

No Carmelo, Teresa mergulhou nas Sagradas Escrituras, principalmente nos Evangelhos, onde viu os vestígios de Jesus. Também as leituras do Antigo Testamento, quando o profeta Isaías fala do amor materno de Deus ou do “Servo de Javé”, comoveram-no profundamente. São João da Cruz foi o seu mestre espiritual, com cuja leitura se aprofundou no caminho do amor.

Na Páscoa de 1896, Teresa teve hemoptise, sintoma de tuberculose. Três dias depois, começa a prova de fé, que durou até sua morte. Prova de que não pode acreditar na vida eterna e que descreve de forma chocante. Ele suporta isso com maiores atos de fé e amor. Ele morreu em 30 de setembro de 1897.

Os seus escritos são as Cartas, alguns Poemas, pequenas peças para celebrações comunitárias, algumas orações, as notas que as suas irmãs fizeram durante a sua doença e a História de uma Alma. Este último escrito, relato da sua história, revolucionou a espiritualidade da Igreja a ponto de ser declarada doutora universal da Igreja. Ela também é a padroeira universal das missões.

Sua festa é comemorada no dia 1º de outubro.

Santa Teresinha em seu leito mortuário

Morrer de amor: eis minha esperança! Pois morrer de amor: o Céu é o meu lugar! És Tu, meu Deus, a minha felicidade, em Teu amor vem logo me abraçar, e assim feliz, por toda eternidade serás meu Céu, e eu viverei de amor! (Santa Teresinha)

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