Santa Teresa de Jesus

Seguir Teresa de Jesus é iniciar como "servos do amor" à caminhada da oração.

Teresa Sánchez de Cepeda y Ahumada nasceu em Ávila (Castella) aos 28 de março de 1515. O seu grande “desejo de ver Deus” leva Teresa a realizar uma fuga com seu irmão para a Terra dos Mouros, procurando o martírio; tinha 7 anos. A infância feliz, passada com os irmãos e primos, a deixa fascinada por romances de cavalaria.

Aos 20 anos foge da casa paterna para o mosteiro das carmelitas. Aos 47 anos, em 1562, abandona a sua comunidade para dar a vida ao primeiro Carmelo de Descalços. No dia 24 de agosto deste mesmo ano, os sinos do Carmelo de São José em Avila repicam festivos anunciando um novo mosteiro e mais um Sacrário. Ao longo de 20 anos fundou 19 mosteiros de monjas e 13 de frades Carmelitas Descalços.

Carmelo de São José - Ávila

“A origem da família teresiana no Carmelo e o sentido de sua vocação na Igreja estão intimamente vinculados ao processo da vida espiritual e ao carisma de Santa Teresa de Jesus; sobretudo às graças místicas que a moveram a renovar o Carmelo, orientando-o completamente à oração e à contemplação das coisas divinas, vivendo os conselhos evangélicos segundo a Regra “primitiva”, em uma pequena comunidade fraterna, fundada na solidão, na oração e estrita pobreza” (Const. 4). É o que confere identidade própria ao Carmelo Descalço. É a única Ordem que teve como fundadora uma mulher. A forma feminina foi a que precedeu a masculina, o que não é frequente. Nas Constituições definimo-nos como “uma Ordem antiga, que une a fidelidade à tradição espiritual do Carmelo com uma procura de renovação permanente”. Tradição e procura de renovação são duas atitudes trazidas ao Carmelo Descalço pela sua mãe e fundadora Santa Teresa.

Há um tronco comum com o anterior, com uma procura da Regra Primitiva, um desejo de ir às fontes, no entanto, o original em Santa Teresa é “a vontade de autodeterminação” para algo, que, vivido interiormente por ela, vai ser transmitido à família por ela iniciada.

Morreu em Alba de Tormes, Espanha, aos 04 de outubro de 1582.

Escreveu bastante, felizmente. Seus livros são doutrina sólida de vida interior, caminho seguro para quem quer buscar a Deus. Seguindo os ensinamentos de Teresa chega-se à experiência do Senhor.

CARTAS: temos 468 cartas mas afirmam ter escrito umas 15000!
LIVRO DA VIDA: canta as misericórdias do Senhor em sua vida.
CAMINHO DE PERFEIÇÃO: Orientações sobre oração.
CASTELO INTERIOR OU MORADAS: sua experiência mística.
FUNDAÇÕES: as aventuras de uma mulher corajosa.
PENSAMENTOS SOBRE O AMOR DE DEUS: apontamentos de vida espiritual.
E OUTROS ESCRITOS MENORES.

Nada te perturbe.
Nada te espante.
Tudo passa!
Só Deus não muda.
A paciência tudo alcança.
Quem a Deus tem
nada lhe falta!
Só Deus Basta!

São João da Cruz diz: “…Teresa de Jesus, nossa Madre, deixou admiráveis escritos sobre estas coisas do Espírito, e, espero em Deus, muito em breve sairão impressos”.

São João da Cruz

“Ao realizar a santa Madre Teresa o seu projeto, a divina Providência deu-lhe por companheiro São João da Cruz, comunicando-lhe o mesmo espírito. O Santo por sua vez reconheceu nela a mãe do Carmelo”. Ambos “lançaram, de certo modo, os alicerces da Ordem”.
(Constituições, 9).

São João da Cruz é considerado, ao lado de Santa Teresa de Jesus, o Pai do Carmelo Descalço.

Nasceu em 1542, em Fontíveros (Espanha). Órfão de pai quando ainda criança viveu com a mãe e o irmão, uma vida de extrema pobreza, mas de muito amor entre eles. Talvez tenha sido a moldura apropriada para a grande figura de místico e asceta que Deus queria oferecer ao mundo.

Aos 21 anos ingressou na Ordem Carmelita. Terminado os estudos, foi ordenado sacerdote, em Salamanca, em julho de 1567. Nesse mesmo ano, verificou-se o histórico encontro com Teresa de Jesus, no Carmelo de Medina del Campo. Teresa estava começando a expandir sua obra reformadora e já tinha licença do Geral da Ordem para fundar dois conventos de Frades. Ela, que procurava alguém para começar a reforma entre os Frades, percebeu o valor daquele jovem e conseguiu conquistá-lo para dar início ao Carmelo Descalço masculino, apesar dele já estar resolvido a ir para a Cartuxa, uma vez que sentia o desejo de uma vida de maior solidão e intimidade com Deus.

No Carmelo Descalço assume o nome de Frei João da Cruz. Foi o único frade formado diretamente por Santa Teresa e o que mais esteve imbuído do verdadeiro espirito teresiano. Em 28 de novembro de 1568, já inaugurava ele, com mais dois companheiros, em Duruelo, o primeiro convento de frades Carmelitas Descalços.

“Sua personalidade vigorosa é fruto de uma profunda e harmoniosa unidade de qualidades humanas e espirituais. A aquisição realista da santidade confere suprema unidade e coerência à sua vida e à sua doutrina”.

Escreveu bastante. Mas, para ele, escrever também é tarefa de santificação própria e alheia. Só pretendeu o proveito espiritual do restrito número de pessoas a quem ele dirigia. Escreveu quase sempre a pedido de outrem.

Suas principais obras são: Subida do Monte Carmelo; Noite Escura; Cântico Espiritual; Viva Chama de Amor. Suas cartas foram poucas e algumas se perderam e algumas poesias…

Santa Teresa diz: “Não encontrei outro que como ele tanto afervore no caminho do céu. É muito espiritual e de grande experiência e letras. É um grande tesouro este santo”.

Cristo pintado por São João da Cruz

“Se a alma procura Deus, muito mais a procura o seu Amado”.
(São João da Cruz)

Santa Teresinha do Menino Jesus

“Ó Jesus, meu Amor! Encontrei, enfim, minha vocação… Minha vocação é o Amor!” (Santa Teresinha)

Maria Francisca Teresa Martin Guérin nasceu em Alençon (França) em 2 de janeiro de 1873. Seus pais foram os Santos Luis Martin e Zélia Guerin. Foi a última dos nove filhos deste santo casal, dos quais sobreviveram cinco filhas: Maria, Paulina, Leônia, Celina e Teresa, sendo que, com exceção de Leônia que se tornou visitandina, todas as outras foram carmelitas no Carmelo de Lisieux.

Aos três anos, a pequena Teresa já está decidida a não recusar nada ao Bom Deus. Cercada pelo carinho dos pais e das irmãs, recebe uma formação exigente e cheia de piedade.

Na festa de Pentecoste de 1883, ela é milagrosamente curada de uma enfermidade através de um sorriso que lhe oferece a Virgem Maria. Educada pelas monjas Beneditinas até outubro de 1885, completa seus estudos em casa sob orientação de Madame Papineau.

Fez sua primeira comunhão em 08 de maio de 1884, depois de uma intensa preparação. Esse grande dia marca a “fusão” de Teresinha com Jesus.

No Natal de 1886 vive uma profunda experiência espiritual, uma virada decisiva em sua vida, que ela chama a “graça da conversão”: aos 13 anos, a menina tímida e hipersensível, conforme seu próprio testemunho, abandona os cueros da infância. Supera a fragilidade emotiva consequente da perda da mãe e inicia uma corrida de gigante no caminho da perfeição.

No dia 09 de junho de 1895, após muitas dificuldades, consegue realizar o seu sonho e é aceita na clausura do Carmelo. Recebe o hábito da Ordem da Virgem no dia 10 de janeiro do ano seguinte. Emite seus votos religiosos no dia 08 de setembro de 1890, festa da Natividade da Virgem Maria. Inicia no Carmelo o caminho da perfeição traçado pela Madre Fundadora Santa Teresa de Jesus, cumprindo com fervor e fidelidade os ofícios que lhe são confiados. Em 1895, por obediência, começa a escrever suas memórias que serão publicadas após sua morte, com o título de História de uma alma.

No Carmelo, Teresa mergulhou nas Sagradas Escrituras, principalmente nos Evangelhos, onde viu os vestígios de Jesus. Também as leituras do Antigo Testamento, quando o profeta Isaías fala do amor materno de Deus ou do “Servo de Javé”, comoveram-no profundamente. São João da Cruz foi o seu mestre espiritual, com cuja leitura se aprofundou no caminho do amor.

Na Páscoa de 1896, Teresa teve hemoptise, sintoma de tuberculose. Três dias depois, começa a prova de fé, que durou até sua morte. Prova de que não pode acreditar na vida eterna e que descreve de forma chocante. Ele suporta isso com maiores atos de fé e amor. Ele morreu em 30 de setembro de 1897.

Os seus escritos são as Cartas, alguns Poemas, pequenas peças para celebrações comunitárias, algumas orações, as notas que as suas irmãs fizeram durante a sua doença e a História de uma Alma. Este último escrito, relato da sua história, revolucionou a espiritualidade da Igreja a ponto de ser declarada doutora universal da Igreja. Ela também é a padroeira universal das missões.

Sua festa é comemorada no dia 1º de outubro.

Santa Teresinha em seu leito mortuário

Morrer de amor: eis minha esperança! Pois morrer de amor: o Céu é o meu lugar! És Tu, meu Deus, a minha felicidade, em Teu amor vem logo me abraçar, e assim feliz, por toda eternidade serás meu Céu, e eu viverei de amor! (Santa Teresinha)

Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support