Beata Maria Felicia

“Ilumina minhas trevas, que eu conheça o meu fim, que eu te conheça, que eu te ame, que eu te siga, que eu te sirva com integridade de vida.”

Maria Felícia nasceu a 12 de janeiro de 1925 em Villarrica del Espíritu Santo, Paraguai. Seus pais foram Ramón Guggiari e Maria Arminda Guggiari Echeverría. O lar foi abençoado com sete filhos, dos quais Maria Felícia era a primogênita.

Foi batizada no dia 28 de março de 1928 na sua cidade natal. Seus padrinhos foram Luis Rufinelly e Maria Arminda Guggiari.

Era fisicamente pequena, motivo pelo qual o seu pai apelidou-a de “Chiquitunga” (Pequerrucha). Foi dotada de esplêndidas qualidades humanas e espirituais como a alegria, a sociabilidade, a disponibilidade para o serviço, modéstia e simplicidade.

A VOCAÇÃO

Chiquitunga, no seu desejo de viver o lema da sua vida: “tudo te ofereço, Senhor”, pergunta-se onde seria o lugar dessa entrega total: “… Neste momento, em que como nunca, com um ardor inigualável, queria dar-me, dar-me Jesus, Mestre amado, sem medida, Esposo de minha alma, tu que conheces minhas ânsias de apostolado, de zelo pela salvação das almas, ajuda-me: que saiba onde queres a consagração integral de todo o meu ser…!… Por um lado, está a ânsia de me entregar em corpo e alma ao Divino Esposo num convento onde sem cessar possa louvá-lo, reverenciá-lo e servi-lo… e, por outro lado, a necessidade do apostolado leigo: estar em todos os ambientes e em todo momento”.

O ENCONTRO COM A MADRE TERESA MARGARIDA:

O Senhor ia guiando o seu caminho de procura, levando-a a encontrar-se com a Prioresa das Carmelitas Descalças de Assunção, que estava hospitalizada no Hospital Espanhol; Chiquitunga no seu diário diz-nos: “Francamente eu não ia lá, mas Deus arranjou tudo e, graças a isso, hoje conto com uma mãe”. A Madre teve a oportunidade de conhecê-la e acompanhá-la no momento de dúvidas pelo qual ela estava a passar.

No mês de janeiro de 1954, saía de uns exercícios espirituais resolvida a entregar-se inteiramente a Deus em corpo e alma como Carmelita Descalça, porém ainda teve de esperar um ano cheio de sofrimentos e obstáculos.

NO CARMELO

Na manhã do dia dois de fevereiro, festa da apresentação do Senhor, repleta de fervor, começou sua nova vida de Carmelita: “Faz exatamente 18 dias de constantes e ininterruptas horas de gozo neste santo Carmelo, no qual Deus, nosso Senhor, com infinita misericórdia, me elegeu, e tremo, de verdade, ao dizer esta palavra, conhecendo-me ruim e pecadora como sou”.

A Madre Teresa Margarida resumiu em poucas palavras as atitudes da Venerável Ma. Felícia desde o princípio: “Grande espírito de sacrifício, caridade e generosidade, tudo envolvido em grande mansidão e comunicativa alegria, sempre vivaz e brincalhona”.

Antes da tomada de hábito, uma nova prova invade o seu espírito: seria vontade de Deus que se encerrasse por toda a vida no Carmelo tendo tanto para evangelizar no mundo? Uma vez conhecida a vontade de Deus, superou esta crise e começou o ano de noviciado com alegria. Fez a Profissão simples no dia 15 de agosto de 1956.

A DOENÇA

Em janeiro de 1959 foi acometida por uma tremenda doença: “hepatite infecciosa”. Logo após examiná-la, o médico declarou a urgente necessidade de hospitalização. Da clínica escrevia: “Já estou esperando por Jesus. Queria encher-me somente do seu amor e não viver senão para Ele. Só desejo cumprir a sua vontade, não quero outra coisa…”

Começada a Quaresma, “o mal” cedeu aparentemente e pôde reintegrar-se ao Mosteiro. No dia 30 de março, Segunda-feira Santa, após uma nova revisão, diagnosticaram lhe “Púrpura” e foi novamente hospitalizada.

SUA MORTE

“… Que morro porque não morro…”. Viveu seus últimos dias em total abandono à vontade de Deus. Antes de entregar seu espírito ao Senhor, pede para que lhe leiam a poesia de S. Teresa: “Morro porque não morro”. Com o rosto muito alegre escutava e repetia o refrão “… Que morro porque não morro”.

Dirige-se ao seu pai e diz-lhe: “Paizinho querido, sou a pessoa mais feliz do mundo. Se soubesses o que é a Religião Católica!” E acrescenta, sem se apagar o sorriso de seus lábios: “Jesus, amo-te! Que doce encontro, Virgem Maria!”.

Dirigiu umas palavras de consolo aos seus familiares e entregou sua alma ao Criador. Era o dia 28 de abril de 1959.

As exéquias foram uma manifestação espontânea e, em boa parte, inesperada da sua fama de santidade no meio do povo de Deus. O comentário que se ouvia entre as pessoas era: “Morreu uma santa”.

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